A Casa dos Sonhos
Nevada, Gardnerville, 17 de dezembro de 1995. Esta uma maravilhosa tarde
de verão, Ammy e seu marido Tom chegam a tão esperada cidade com seu carro cheio de
bagagens.
- Isso é estranho... – diz Ammy.
- O quê? – pergunta Tom arrumando a guitarra em suas costas.
- A cidade toda está fechada, em plena quarta feira. – diz
Ammy.
- Não sabemos, deve ser feriado aqui hoje. – responde Tom
Eles continuam tirando suas coisas de dentro do carro e
levando para a casa. Havia um estranho papel na casa, com um desenho a lápis de
uma criatura estranha, mas não assustadora.
- O que será isso? – pergunta Tom.
- Se chama “Observador”. – responde um velho senhor morador
da cidade. – Se eu fosse algum de vocês, iria embora desta cidade agora.
O homem se vira e vai embora. O casal se olha espantado,
sentam na escola e começam a discutir sobre o que deveriam fazer: entrar ou
voltar. Infelizmente, eles não têm muito tempo de pensar, começa uma gelada
chuva e os dois são obrigados a entrar.
Logo que entram, a imagem do desenho na porta volta a suas mentes, mas
logo colocam suas coisas no chão e procuram algo para comer.
- Quero sair daqui logo, querido... – diz Ammy.
- Mas acabamos de nos mudar. – diz Tom.
- Fiquei com medo desse lugar... – diz Ammy.
- Tudo bem, meu amor – diz Tom – iremos embora, mas terá que
ser amanhã, está chovendo muito hoje.
Os dois vão dormir.
Ammy não quer dormir no escuro, então Tom acende duas velas e deixa uma
em cômoda aos lados da cama. Ele abraça a esposa e os dois dormem, mas no meio
da noite, Tom precisa acordar para ir à cozinha. Ele caminha até a cozinha e vê
algo semelhante a um vulto, mas não liga, acha ser coisa do sono. Ele pega um
copo com água e volta para o quarto. Quando ele vai colocar no criado mudo do
seu lado da cama, o copo cai da sua mão.
- Droga! – diz Tom com um pouco de raiva – Comecei bem isso!
- Calma amor. Vou pegar um pano para secar o chão – diz Ammy
se levantando.
Quando Ammy volta com o pano, vê seu maior medo ao lado de
seu marido. Logo em seguida, dá um grito. Tom olha assustado para ela.
- O que houve, Ammy? – pergunta Tom.
- Tem um palhaço ao seu lado! - diz Ammy chorando.
Tom sabe do medo de palhaços de sua esposa, resultado de um
trauma de infância.
- Meu amor, não tem nada ao meu lado, vou te proteger de
tudo, lembra-se?
Tom olha para Ammy ainda chorando e soluçando, mas logo suas
lagrimas se transformam em gotas de sangue. Tom olha fixo para ela enquanto
feridas se abrem em seu rosto. Ele corre
se afastando, ela pergunta o que há, e ele responde aos gritos sobre os ferimentos
em seu rosto. Ammy se olha no espelho ao seu lado e nada vê, mas quando se vira
vê um vulto perto de seu marido, ele também passa a ver a estranha criatura.
- O que é você!? – pergunta Tom.
- Sabe a resposta, não sabe? – disse a criatura – Sou o Observador,
vejo seus maiores medos através do desenho em sua porta e transformo em
realidade até enlouquecer todos que vem para aqui dentro.
Ammy anda até onde está a guitarra de seu marido, segura o
braço da guitarra e lá fica parada, só olhando aquela estranha criatura.
- Vá embora! – grita Tom – Não ficaremos aqui! Vamos embora
de manhã, não tem porque nos torturar!
- Já entraram na minha casa – diz Observador – não poderão
mais sair daqui com sanidade. Já pude
perceber o medo dos dois, o da sua esposa é completamente irracional, mas o seu
é curioso. O medo de perdê-la. Pode se ver o amor que tem por ela. Já que não
posso sair deste lugar, vou me divertir à custa desses medos.
A criatura vai em direção a Tom, mas nesse momento Ammy
agarra a guitarra e vai em direção ao Observador.
- Não chegue perto do meu marido! – diz Ammy enquanto bate
com a guitarra na nuca da criatura, que cai desmaiada no chão.
Ammy agarra a mão de Tom e o puxa para fora da casa. Os dois
respiram ofegantes, mas aliviados, pois sabiam que a criatura não podia
pegá-los lá. Os dois se abraçam e vão embora da cidade, sem levar nada, pois
não queriam chegar perto daquela casa novamente. Começaram a andar, mas
passaram o tempo todo questionando a própria sanidade. Continuaram andando,
sempre de mãos dadas, mas sem um rumo. Depois desse dia, nunca mais foram
vistos.
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